O mundo do não mundo.

Vendo o artigo do Frank Toogood sobre o fim do RBD intitulado “O fim do RBD: Choro e muita festa“, percebo que vivemos em um mundo que na realidade não parece exatamente ser um mundo. De maneira tal que posso chamá-lo “O mundo do não mundo”.

Por vários e vários anos a ciência psicológica busca resolver o último dos grandes problemas humanos: A esquizofrenia. Sim, caro leitor, a psicologia ainda não conseguiu resolver o problema da esquizofrenia. Para melhor entender o termo, recorramos a sua etimologia: A palavra esquizofrenia vem de Esquizo = cisão e Frenia = personalidade. Esquizofrenia é a dupla personalidade ou personalidade múltipla.

Sim, dupla personalidade. E o que eu tenho a ver com tudo isso? Simples. Porque além da imagem do esquizofrênico que temos na mente (aquela semelhante ao personagem “Tonho da Lua” da novela, o doidinho que fica fazendo mais de uma pessoa) existe a chamada esquizofrenia social, na qual as pessoas formam uma personalidade “esquizo” por um motivo de grupo, de pertencer a um grupo. Grandes psicólogos desenvolveram, durante a Segunda Guerra Mundial, estudos (Hitler se interessava muito sobre esses estudos e os empregou maciçamente em suas estratégias) sobre a chamada psicologia social, hoje apartenente às cátedras de qualquer faculdade de psicologia. Em tais estudos se demonstrava o comportamento humano quando estava inserido em um grupo (o chamado insider) e quando ele observava o grupo de fora (ou outsider). Tal é a razão de tanto alvoroço quando se critica este grupo musical: quem o faz é um outsider, não sente as mesmas emoções e nem cogita a hipótese de senti-las. Da outra parte temos o insider que sente a ameaça ao seu grupo de referência. É como uma manada de búfalos: Se um leão tenta matar um búfalo e o grupo está unido, ele terá primeiro que separar um elemento desse grupo para depois tentar a caça. Mas a manada sente uma picada, não obstante existam milhares deles.

O fato é que toda essa história em relação ao RBD não passa de pura esquizofrenia social. O sujeito se incorpora no grupo de “adoradores” (leia-se: fãs, fanáticos e afins) e vive uma personalidade que não é a sua verdadeira Tanto é fato que depois, quando ficar mais velho, é muito provável que a maioria destes elementos irá olhar para uma caixa toda empoeirada no porão de casa, abrir e lembrar de tudo o que fazia pelo grupo. Evidentemente, vai dar muita risada dos atos insanos que cometia.

Eu já fui fã: adorava o Dominó, tinha criado com a minha irmã um fã-clube da novela Vamp e até gostava do New Kids on the Block. Mas quando eu cresci nada disso importava mais: tinha minha vida pra tocar.

É o mundo mudou. Não é mais o mundo que eu conheci na minha infância. Esperamos que ao menos esse meu “mundo do não mundo” não cresça mais do que já é. Do contrário, teremos cada vez mais esquizofrênicos que são capazes do suicídio por um simples grupo de cantores.

Deixe um comentário

Inaugurando este BLOG

Até um tempo atrás, eu escrevia um blog que se intitulava Poetas, Boêmios e Afins. Mas depois de um tempo, percebi que o problema nesse caso era o de ficar sempre fechado no discurso poético. Não teria muito sentido eu escrever sobre política, economia ou cultura geral em um blog que tratava sobre poesia. Então, eis-me aqui!

Inauguro esse espaço para postar com uma maior frequência sobre as coisas que penso ou sinto, independentemente delas serem poéticas ou menos.

Bom, por hoje, basta. Vamos seguir nossos caminhos para ver até onde eu vou levar esse blog.

Deixe um comentário